Meu interesse por facas começou cedo.

A televisão e o cinema contribuíram para acentuar mais esta vocação.

A minha história na cutelaria é bem parecida com a da maioria de meus colegas cuteleiros.

Ainda adolescente já desejava possuir uma boa faca e a aquisição de uma era algo bastante difícil. Inspirado pelo filme Rambo procurei construir algo que funcionasse como a faca do filme. A minha primeira faca foi construída usando-se, para a lâmina, um pedaço de serra e como ferramenta apenas um moto esmeril. Não resultou em algo tão agradável de ver, porém cortava muito bem. Nesta época, 1982, eu cursava ajustagem mecânica no SENAI, o que contribuiu para o meu desenvolvimento na cutelaria. A partir de l987 comecei a me dedicar mais a construir facas ainda que num processo rudimentar com ferramental não muito adequado.

A comercialização dessas facas era restrita aos amigos e familiares, uma vez que a produção era muito lenta, pois eu só me dedicava à cutelaria em horários de folga.

Eu era um autodidata e prossegui trabalhando isoladamente até 1997 quando através de uma reportagem da revista Magnum, conheci o cuteleiro Ricardo Vilar o qual veio a ser um grande amigo com quem aprendi muito sobre cutelaria. A partir daí, passei a freqüentar e participar de evento pertinentes à cutelaria onde conheci muitos outros amigos cuteleiros, o que também contribuiu para o meu aprendizado.

Mas em Novembro de 2001 algo muito importante aconteceu: A convite do cuteleiro Ricardo Vilar, participei de um curso ministrado pelo Mastersmith Jerry Fisk, onde juntamente com vários colegas cuteleiros de diversas regiões do pais, pude aprender bastante e aprimorar meus conhecimentos.

O que mais gostei neste período de curso foi o intercâmbio de conhecimentos entre os participantes e o mestre Fisk. Foi um evento fantástico onde todos os participantes cresceram não só em conhecimento, mas em amizade e companheirismo. Uma das coisas que eu mais aprecio em minha profissão são as amizades que adquiro tanto com cuteleiros como com pessoas que também compartilham comigo o apreço pela arte da cutelaria.